SERÁ QUE MEU ALUNO TEM DISLEXIA?

dislexia

Se você é professor, quantas vezes já se fez essa pergunta?

Atualmente temos muitas informações, muitos rótulos, muitas cobranças, muita “pulação” das etapas de desenvolvimento da criança. Temos também muito desajuste entre as características da turma, aluno em questão e o método pedagógico proposto. Temos muitas famílias ausentes.
Porém… Sabemos que há muitos professores motivados que fazem a diferença na vida escolar das crianças. Assim como há muitos pais presentes.

O QUE FAZER ENTÃO QUANDO O SEU ALUNO TEM GRANDES PROBLEMAS NA ESCRITA E MUITA DIFICULDADE NA LEITURA?

A fase da alfabetização é, sem dúvida, um momento de grandes transformações. É um processo de abstração e simbolismo que invade o raciocínio da criança, pois ela precisa ouvir um som, decodificar, buscar em sua memória o que ele significa, transcrever em símbolo (no primeiro momento, a criança entende a letra como um desenho ou símbolo) e analisar se o que escreveu está correto. Percebe como é complexo?

Todos nós sabemos que as trocas de letras e escrita espelhada, assim como os erros ortográficos, fazem parte do processo de apropriação da escrita. Também não podemos deixar de lembrar que as primeiras leitura da criança são silabadas, cheias de pausas e tentativas de acerto e erro. Esse é o processo normal de apropriação da leitura e escrita.

No entanto, na dislexia há algo incomum, algo que impede o aparecimento “normal” ou “esperado” da escrita. E você me pergunta: como assim?

1. A criança demora a aprender e entender a direção da escrita (esquerda para a direita) e frequentemente apresenta, tem dificuldade de escrever na linha, aperta demasiadamente o lápis no papel;
2. Enquanto a maioria das crianças já se apropriou da escrita e está na fase silábica-alfabética, a criança com dislexia pode estar atrasada em questão das fases, encontrando-se na fase pré-silábica ou silábica sem valor sonoro;
3. Letras espelhadas, trocas de letras, troca de letras por números, falta de noção espacial são características comuns;
4. Trocas de sílabas, substituição e omissão de letras, leitura falha das sílabas e confusão de F/V, P/B, q/p, d/b são características, podendo ser na fala e na escrita;
5. Leitura com necessidade de acompanhamento com o dedo e, mesmo assim, acaba pulando linhas e não há compreensão;
6. Escrita espontânea comprometida e, muitas vezes, desmotivação para fazê-la.
7. Baixa auto-estima e pode até sofrer bullying por conta de todos os seus colegas já saberem ler;
8. Medo de ser chamado a fazer leitura em voz alta;
9. Apresenta vocabulário pobre; e
10. Dificuldade para estruturar ideias.

É preciso que fique claro que não há como diagnosticar a dislexia apenas com essas informações pontuais sobre a leitura, escrita e fala da criança. É preciso uma avaliação cuidadosa de especialista para que não haja rótulos e confusão de diagnósticos.

Ah… o mais importante! Na dislexia o QI está normal ou até mesmo acima do normal. Ou seja, não existe comprometimento da inteligência. A dificuldade do disléxico está em interpretar símbolos gráficos e letras ao som que elas representam, especialmente na aprendizagem e uso da leitura e da escrita.

Na dúvida, procure ajuda. Encaminhe. Faça o seu melhor e vamos juntos ajudar nossas crianças!

Um grande abraço.
Guaciara
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